sábado, 13 de junho de 2009

Mesmo, muito à frente!!!!

António Variações morreu há 25 anos. O barbeiro cantor teve uma carreira curta, apenas de três anos. Mas foi uma carreira marcante e a sua música continua a ser reinventada. Chamava-se António Ribeiro, natural de Amares no Minho, era o quinto de dez irmãos. Vai trabalhar para Lisboa com 12 anos, faz a tropa em Angola, aprende o ofício de barbeiro na Holanda. À noite frequenta e canta em bares do Bairro Alto, com um grupo chamado «Variações». Em 1981, estreia-se na televisão. Foi num programa da RTP apresentado por Júlio Isidro chamado «O passeio dos alegres». Pouco depois grava o primeiro disco, onde ousa cantar um clássico de Amália. Tornou-se presença assídua nos programas de Júlio Isidro. E é num deles, no «Festa é festa» que aparece pela última vez em público, em Janeiro de 1984. Reúne forças para gravar um novo disco, mas já está internado quando é posto á venda. Morre com 40 anos, no dia de Santo António, vítima de bronco pneumonia. Terá sido um dos primeiros casos de sida em Portugal. A família continua a negar o rumor que corre desde então. Não sabia de música nem de ritmos, mas deixou dezenas de inéditos gravados em casa, alguns ganharam vida depois da sua morte. Com uma presença e um estilo muito pessoal, na forma de cantar, de vestir e de se movimentar nos palcos, deixou-nos canções extraordinárias como: "É P'rá Amanhã"; "O Corpo é que Paga"; "Canção do Engate"; "Dar e Receber" ou "Anjo da Guarda". Foi um ícone da minha adolescência e um caso único de popularidade que ainda hoje, ouço com prazer.

Foi uma pena ter desaparecido cedo demais...

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