segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O Espiríto do Legislador, é mas não existe…

«Este ser imaterial, abstracto, invisível, que é o princípio e fim, cuja mão etérea se estende aos mais recônditos buracos dos país, é o Legislador. Ninguém sabe quem é, só se sabe que É.
O legislador não conhece a Musgueira nem o Bairro da Sé. Legisla num confortável gabinete, que os espíritos querem-se confortáveis e confortados. E, por amor de Deus?!, não faz sentido que a inteligência, esse produto milagroso e raro que habita togas respeitáveis, entre nos tugúrios fétidos e escuros do Casal Ventoso. Isso é coisa para polícias, brutos e malcheirosos, ordinários por nascimento e dactilógrafos de pacotilha por opção. Sejamos sérios e ponhamo-nos cada um no seu lugar. A justiça é um dom de deuses, polícias e criminosos, um vómito do diabo num dia em que acordou ressacado.»

In «Polícias sem história»
Francisco Moita Flores

Sem comentários:

Enviar um comentário